Muita gente em busca de informações sobre ritalina frequentam este blog e ajudam com seus comentarios a deixa-lo cada vez maior e mais complexo sobre o assunto. (legal, muito obrigado a toda essa gente!) E no meio desses comentarios percebi que a pergunta mais frequente na cabeça dessas pessoas é: "Sera que eu devo tomar Ritalina?"
Escrevi muito sobre isso na época em que comecei a tomar, portanto tive a oportunidade de reler tudo o que eu tinha escrito (incluindo coisas que eu não publiquei) e portanto em pról da sociedade (como um bom anarquista) e todos os que vem aqui em busca dessa pergunta resolvi fazer um relatório sobre o que eu pensava na época e no que penso a respeito disso hoje em dia, enfim, sem mais delongas, veja se voce se identifica com alguma delas e la vai...
Primeira paranóia:
"Sera que eu devo tomar Ritalina?"Pessoal, Ritalina não é palhaçada, afinal é um remédio que mexe com a cabeça e não se sabe bem como funciona, portanto o que posso dizer é que a pessoa tem de ter certeza (ou talvez uns 80% de certeza) de que tem TDAH, e também identificar em alguem da familia (pai, mãe ou irmão). Um pouquinho é normal, todo mundo tem aquele lance de voltar umas paginas quando ta lendo um livro, bla bla bla, enfim... Mas quando é algo que realmente "Trava" a sua vida, dai fica facil de identificar... Ja li sobre que pessoas com TDAH tem uma tendencia a usar drogas. Portanto: Drogados, só usem Ritalina se for para tratar seu TDAH, caso contrario, é caro, dificil de se obter e pior de tudo, "não da nada, é como tomar uma xicara de café..." só traz contra indicações... (o resto é tudo boatos de pessoas superficiais querendo se aparecer.)
Segunda paranóia:
"Será que eu vou ficar dependente?"Essa parte pra mim foi foda, porque na real, existe um risco muito alto de a pessoa realmente ficar dependente. Sem falsa modéstias, apesar de todas as infelicidades que o TDAH havia trazido pra dentro da minha cabeça, eu sempre fui muito auto-controlado, portanto acho que pessoas que não tem auto controle para as coisas, devem ter muito cuidado, mas também em contra ponto, o déficit de atenção também é causador desse descontrole, então o meu conselho é conversar bem com o seu psiquiatra e testar o inicio do tratamento e ver no que vai dar, se vai melhorar a sua vida e como voce vai reagir com essa questão de dependencia, portanto escolha um bom profissional.
Terceira paranóia:
"Será que esse(a) Pisiquatra não ta querendo me transformar em um dependente quimico?"
Nas primeiras semanas, ainda com a dosagem alta, eu entrava numas paranoias muito foda, que hoje em dia o que eu penso a respeito era que na época eu não estava acostumado a funcionar normal, tipo, foi uma mudança muito drastica, eu me senti realmente vivo, pude fazer a minha vida funcionar da forma que eu gostaria que ela funcionasse, e essa perda de limitações fazia eu me sentir como um super gênio inteligentissimo, e eu entrava em paranoias do tipo, " e se a psicologa recebe cache da fabricante, pra transformar toda a humanidade em dependentes, ou se forem alienigenas, ou de uma maçonaria, enfim.. teorias ridiculas de conspirações, e ficava me sentindo a mente mais rapida do velho oeste, ou seja, eu tava um chato! nem minha mãe me suportava. Mas conforme foi passando o tempo, e eu fui reduzindo a minha dosagem essa fase de "Guri da Ritalina" passou. Ah, falando de dosagem, ai vem a...
Terceira Paranóia
"Sera que eu não vou perder minha Criatividade?"Quando o remédio começou a bater afu mesmo, fiquei muito empolgado e comecei a ler um livro que também recomendo, "Get the Things Done", em português acho que é algo tipo "faça as coisas acontecerem, algo assim", o escritor é o David Allen, enfim, comecei a me interessar em produtividade, comprei um organizador pessoal, e dei um ritmo completamente diferente na minha vida, parecia que eu queria recuperar todos os anos perdidos, porém nesse tempo eu entrava numas de que tava perdendo a minha Criatividade, que era a minha principal caracteristica, depois vi na internet algo que publiquei aqui também, sobre as caracteristicas do lado esquerdo e direito do cerebro, e pra não entrar muito em detalhes, sobre minha conclusão disso, resolvi reduzir minha dosagem, e organizei ela em periodos da semana, onde nos finais de semana eu seria um cara mais criativo, e no inicio mais produtivo. Nessa parte eu sentia um impacto muito grande nas mudanças de dosagem alta e baixa e também de abstinencia, de um dia para o outro, tipo essa mudança de ritmo, sobe e desce, dai veio a ultima paranóia.
Quarta Paranóia
"Sera que não vai me fazer mal?"Ainda nesse inicio de tratamento e suas tormentas de paranóias, eu comecei a reduzir a minha dosagem, porque eu me sentia muito anfetaminado, me irritava facil, e fazia tempestades em copo d'agua. Acho que é nessa parte que se abriu-se 2 caminhos, porque eu não me importei em reduzir a quantidade, ou seja, eu não era um dependente, esse foi o fim da paranoia numero 2, e por consequencia a redução da dosagem foi sendo o fim de todas as paranóias consequentes, e elas passaram a ir embora da minha vida. Mas surgiu essa ultima paranóia, que eu resolvi da seguinte forma, comecei a usar dosagens minimas, e não fazer mudanças bruscas. Com o tempo passei a tomar muito pouca Ritalina, hoje em dia tomo só de vez em quando quando preciso me manter mais produtivo, aprendi a organizar isso de forma natural na minha vida, sem ser um "super empresario time manager" e também sem ser um "fracassado que não consegue fazer nada do que quer." Agora mesmo faz quase 2 meses que não tomo ritalina, e com certeza, antes de eu iniciar o tratamento, eu nunca consegueria escrever por tanto tempo todo esse post que escrevi agora, sem abandona-lo pela metade pra terminar no que a minha cabeça julgaria de "outra hora" e que na verdade resistiria até agora em voltar a terminar, prolongando para sempre mais um problema ocupado um espaço inconsciente da minha cabeça.
Conclusão:
Leiam e tirem as suas, mas principalmente, tomem uma decisão sabia para a sua vida e seja feliz.
Continuem colaborando nos comentarios, Abraço e boa sorte a quem leu!