Brasil.... Brasil... Brasil... Brasil... Brasil...!
Repetia incansavelmente o disco arranhado do Cazuza, naquele velho e surrado tocador de vinil. Era um fim de tarde onde um helicóptero não parava de rondar pela cidade. E no meio daquele quarto bagunçado, com as paredes verdes e a pintura descascadas devido a alta humidade, eu vejo o meu próprio corpo. Lá em baixo e começando a afastar-se cada vez mais. Na frente a caneta "Mont blanc", que eu havia herdado do meu pai, e o bilhete que ela tinha escrito pela última vez na minha vida. Lembro da imagem embaçada e fora de foco desse bilhete, então "gigante", visto pelo ponto de vista em que eu estava, ali com a minha cara colada no chão. E eu já não tinha mais controle algum sobre os meus movimentos. O bilhete dizia: "Eu tive tudo... E agora não sou nada..."
Talvez na hora em que eu tinha escrito isso, nem tivesse pensado profundamente no que eu realmente estava falando. Agora eu não sou nada? Pois eu nunca fui nada!
Finalmente a minha consciência assimilava isso no momento da minha morte! Foi esse o momento em que eu percebi o quanto sempre fui "uno" com o universo. Senti o meu verdadeiro "eu" expandindo-se infinitamente pelo horizonte. Expandindo-se por todas as direções em uma velocidade imensurável. Eu sempre fui tudo, e sempre fui nada. Agora eu realmente entendia o verdadeiro significado da liberdade.
E foi durante esse tempo, enquanto eu fazia essa grande viagem rumo ao infinito, que fui libertando-me aos poucos. E ao mesmo tempo lembrando o porquê eu tinha falhado ao escrever aquele bilhete. Que na verdade, mesmo sem eu saber naquele momento, era um recado enviado pra mim mesmo, após a morte. A vida era apenas um grande jogo; uma oportunidade única e de probabilidade mínima. Um acaso cósmico da natureza que envolvia muito mais do que a simples matemática de ter concorrido com milhares de espermatozoides para nascer. Era algo muito mais complexo do que a minha burra cabeça animal poderia até então entender. Então pensei o que eu sempre pensei sobre tudo durante a minha vida toda... "Devia ter aproveitado mais enquanto durou e ter dado muito mais valor durante todos os segundo que vivi." Senti um grande agradecimento por ter participado, e logo vi que havia feito uma merda... e que tamanho foi essa merda!
Nesse momento, eu que até então me considerava um gênio, resolvi tentar entender o porquê de toda essa merda. E na tentativa de achar um culpado, uma causa e até entender a própria culpa, resolvi partir analiticamente do principio de toda essa cagada...
A merda toda começou quando...
(continua...)
Finalmente a minha consciência assimilava isso no momento da minha morte! Foi esse o momento em que eu percebi o quanto sempre fui "uno" com o universo. Senti o meu verdadeiro "eu" expandindo-se infinitamente pelo horizonte. Expandindo-se por todas as direções em uma velocidade imensurável. Eu sempre fui tudo, e sempre fui nada. Agora eu realmente entendia o verdadeiro significado da liberdade.
E foi durante esse tempo, enquanto eu fazia essa grande viagem rumo ao infinito, que fui libertando-me aos poucos. E ao mesmo tempo lembrando o porquê eu tinha falhado ao escrever aquele bilhete. Que na verdade, mesmo sem eu saber naquele momento, era um recado enviado pra mim mesmo, após a morte. A vida era apenas um grande jogo; uma oportunidade única e de probabilidade mínima. Um acaso cósmico da natureza que envolvia muito mais do que a simples matemática de ter concorrido com milhares de espermatozoides para nascer. Era algo muito mais complexo do que a minha burra cabeça animal poderia até então entender. Então pensei o que eu sempre pensei sobre tudo durante a minha vida toda... "Devia ter aproveitado mais enquanto durou e ter dado muito mais valor durante todos os segundo que vivi." Senti um grande agradecimento por ter participado, e logo vi que havia feito uma merda... e que tamanho foi essa merda!
Nesse momento, eu que até então me considerava um gênio, resolvi tentar entender o porquê de toda essa merda. E na tentativa de achar um culpado, uma causa e até entender a própria culpa, resolvi partir analiticamente do principio de toda essa cagada...
A merda toda começou quando...
(continua...)